Carros Bem Montados

MG EXE181 Concept O carro com coeficiente de arrasto mais baixo do mundo

O MG EXE181 Concept resgata o lendário “Roaring Raindrop” com aerodinâmica absurda. Descubra tudo sobre o design, ficha técnica, desempenho de 1,9s de 0-100 km/h e como ele se compara aos rivais como Rimac Nevera e Aspark Owl.

MG EXE181 Concept

O mundo automotivo parou em Pequim em abril de 2024 para celebrar o centenário da MG. Mas a marca britânica, agora sob comando da chinesa SAIC Motor, não queria apenas olhar para o passado.

A grande estrela foi o MG EXE181 Concept. É um hipercarro elétrico que não só impressiona pelo visual futurista, mas também resgata a linhagem de velocidade da marca.

O nome e o design são uma homenagem direta ao icônico MG EX181. Conhecido como “Roaring Raindrop” (Gota de Chuva Rugidora), esse carro quebrou recordes de velocidade na década de 50.

Com uma aceleração prometida de 0 a 100 km/h em incríveis 1,9 segundos, o novo EXE181 mostra que a MG ainda tem ambição de competir no topo. Ele é uma demonstração de capacidade técnica e uma promessa de que o futuro da marca será elétrico e muito rápido

Design de Caça a Jato e a Aerodinâmica Mais Baixa do Mundo

 

O primeiro contato com o MG EXE181 já entrega sua vocação: velocidade pura. Seu design não foi feito para ser bonito em um estacionamento, mas sim para “cortar” o ar com a máxima eficiência.

A equipe do Advanced Design Studio da SAIC em Londres se inspirou em caças a jato para criar uma forma que é extremamente futurista. A obsessão pela aerodinâmica é o que define este conceito.

Um dos pontos mais notáveis é seu Coeficiente de Arrasto (Cd). O EXE181 registra um número absurdamente baixo: apenas 0,181 Cd.

Para colocar em perspectiva, ele supera carros como o Volkswagen XL1 (0,199 Cd) e encosta no recordista Mercedes Vision EQXX (0,18 Cd). Isso o coloca entre os carros mais aerodinâmicos já criados.

A silhueta é um design clássico de gota de chuva (teardrop), uma homenagem direta ao modelo original de 1959. Tudo no exterior é otimizado para o fluxo de ar, incluindo as rodas completamente cobertas.

O “Longtail” e a Cabine de Vidro

 

A obsessão aerodinâmica se estende para a traseira do carro, com o design conhecido como Longtail (Cauda Longa). Essa extensão alongada garante estabilidade e direcionamento em velocidades extremas.

Para ajudar na segurança, o conceito possui um sistema de flaps ativos. Esses elementos aerodinâmicos se levantam na traseira, funcionando como um aerofreio em frenagens de alta velocidade.

Em uma homenagem aos carros de recorde, o EXE181 tem até um sistema de paraquedas de arrasto integrado para desaceleração. Isso é algo que vemos em veículos de teste de velocidade, não em carros de rua.

A característica mais marcante é o enorme Canopy Transparente. Essa cobertura de vidro ou acrílico vai da frente ao teto, revelando a estrutura monocoque e dando ao motorista a sensação de estar em um cockpit de avião.

Ponto Positivo do Exterior: O Coeficiente de Arrasto de 0,181 Cd é um feito de engenharia que o torna um dos carros mais aerodinâmicos do mundo.

Ponto Negativo do Exterior: A configuração monoplace (assento único) e a altura extremamente baixa tornam a visibilidade lateral e a praticidade nulas.

O Cockpit de Caça de Assento Único

 

Ao entrar no MG EXE181, você percebe que este não é um veículo para o dia a dia, mas sim uma máquina focada em performance máxima. A filosofia de design externo se mantém no habitáculo.

O layout é de assento único central. O motorista fica posicionado exatamente no meio do carro, uma configuração raríssima que remete a carros de corrida históricos e caças a jato.

O acesso ao interior é feito de uma forma bem dramática. A cobertura superior (o canopy) se abre para frente, como em jatos militares, permitindo que o piloto se acomode no assento.

A posição de condução é extremamente baixa e reclinada, otimizada para manter a cabeça do motorista fora do fluxo de ar e reduzir o arrasto. O assento é um tipo baquete envelopante, oferecendo o máximo de suporte.

Tecnologia e Ergonomia Extremamente Focada

 

No quesito tecnologia de controle, o EXE181 é igualmente extremo. O motorista não usa um volante comum, mas sim um Volante Yoke.

Esse volante tem um formato estilo aeronáutico, sem a parte de cima, e possui uma tela touchscreen integrada no centro. Essa é a interface primária do carro.

O painel de controle também é minimalista e focado na pilotagem. O carro conta com um Head-Up Display (HUD), exibindo informações essenciais diretamente na linha de visão do motorista.

O foco aqui é puramente em dados de desempenho. A interface digital sugere que o motorista tem controle sobre o sistema de quatro motores elétricos independentes, indicando vetorização de torque avançada.

Ponto Positivo do Interior: O design de cockpit monoplace centralizado e o volante yoke criam uma experiência de condução verdadeiramente imersiva e de alta tecnologia.

Ponto Negativo do Interior: A MG sugere itens de conforto como ar-condicionado e conectividade, mas o foco extremo em velocidade significa que o conforto real e a conveniência de uso diário são praticamente inexistentes.

Potência Monstruosa e a Promessa de Quebrar o Tempo

 

Quando falamos de desempenho, o MG EXE181 entra em um território reservado aos hipercarros mais rápidos do mundo. A eletrificação é a chave para a velocidade absurda.

O conceito é equipado com um sistema de quatro motores elétricos independentes. Existe um motor para cada roda, o que garante tração integral (AWD) e um controle de tração extremamente preciso.

A potência total estimada é de mais de 1.000 cv, embora a MG não tenha divulgado os números exatos. Essa força é canalizada por uma transmissão do tipo direct drive em cada roda.

O número que realmente impressiona é a aceleração: 0 a 100 km/h em apenas 1,9 segundos. Isso o coloca no mesmo nível de elite de carros como o Rimac Nevera e o Pininfarina Battista.

A velocidade máxima almejada é de 415 km/h. Se confirmada, isso superaria o recorde do EX181 original de 410,5 km/h, cumprindo a missão de homenagear o legado de velocidade.

Para alimentar essa usina de força, o carro conta com uma bateria semi-sólida de última geração. A arquitetura da bateria deve ser de 800 volts, o que garante a capacidade de gerenciar picos de potência e recargas ultrarrápidas, embora detalhes específicos não tenham sido liberados.

Informações Técnicas
Motorização4 motores elétricos independentes
TraçãoIntegral (AWD) com Vetorização de Torque
Potência EstimadaMais de 1.000 cv
0-100 km/h (Confirmado)1,9 segundos
Velocidade Máxima Almejada415 km/h
BateriaSemi-sólida de última geração, montagem central
Arquitetura de BateriaEstimada em 800 Volts
TransmissãoDirect Drive (Transmissão Direta em cada roda)
Coeficiente de Arrasto (Cd)0,181
Sistema de FrenagemDiscos Ventilados + Paraquedas de Arrasto

MG EXE181 frente aos rivais: quem entrega mais?

 

O MG EXE181 Concept entra em um campo de batalha dominado por marcas de nicho, como Rimac, e nomes icônicos, como Pininfarina. Ele tem números impressionantes, mas como se sai contra concorrentes reais?

O coeficiente de arrasto do EXE181 é realmente imbatível?

Sim, o número de 0,181 Cd do MG EXE181 é superior ao de todos os seus rivais diretos, incluindo o Rimac Nevera (cerca de 0,3 Cd) e o Aspark Owl. Isso demonstra um foco aerodinâmico inigualável, essencial para atingir a velocidade máxima almejada de 415 km/h.

Qual carro elétrico de produção é mais rápido de 0 a 100 km/h que o MG?

O tempo de 1,9 segundos do EXE181 é excelente, mas o Rimac Nevera (1,81s) é o atual detentor do recorde de carro de produção mais rápido, superando o MG nessa métrica. O Aspark Owl também promete um tempo ligeiramente menor, de 1,75s.

O MG EXE181 oferece uma autonomia competitiva frente aos rivais?

Não. A MG não divulgou dados de autonomia para o EXE181, pois seu foco é o desempenho extremo. Em comparação, o Rimac Nevera entrega 550 km WLTP e o Pininfarina Battista chega a 490 km WLTP, números que o MG não deve alcançar devido à sua prioridade em velocidade.

Por que a MG não consegue competir em prestígio com o Pininfarina Battista?

Enquanto o Battista carrega o nome do lendário estúdio de design italiano, a MG, sob a propriedade chinesa da SAIC, é amplamente conhecida por veículos elétricos de valor e carros de passeio. No segmento ultra-premium de hipercarros, marcas como Pininfarina, Rimac e Lotus têm um prestígio mais estabelecido.

Qual carro rival é o mais prático para o dia a dia?

Nenhum desses hipercarros é prático. No entanto, o MG é o menos prático de todos, pois é o único com design monoplace (apenas um assento), o que o torna um show car ou carro de recorde. Todos os seus rivais elétricos (Nevera, Battista, Owl, Evija) possuem pelo menos dois assentos.

Pontos Fracos do MG EXE181 Concept

 

O MG EXE181 é uma máquina de demonstração impressionante, mas como conceito, carrega diversas limitações que impedem sua viabilidade comercial.

  1. Monoplace e Impraticável: A configuração de assento único (monoplace) elimina qualquer chance de uso prático, fazendo dele puramente um carro de recorde. Não há espaço de carga útil nem assento para um passageiro.

  2. Produção Não Confirmada: Atualmente, o veículo é apenas um conceito. A MG não tem planos de produção em massa, sendo mais provável que ele permaneça como uma peça de marketing e um show car.

  3. Especificações Não Verificadas: O tempo de 1,9 segundos de 0 a 100 km/h é uma reivindicação da MG. Os números de potência e velocidade máxima não foram verificados de forma independente.

  4. Visibilidade Limitada e Acesso Difícil: A posição de condução deitada e a cobertura tipo canopy tornam a visibilidade traseira e lateral precárias, além de dificultar muito a entrada e saída do habitáculo.

  5. Autonomia Desconhecida: A falta de dados sobre a bateria e a autonomia sugere que o foco exclusivo em desempenho pode ter sacrificado a capacidade de rodar longas distâncias, algo crucial em um EV.

Vídeo

O Que Tiramos Dessa Análise

 

O MG EXE181 Concept é mais do que um carro; é uma declaração de intenções. Ele demonstra que a MG, agora uma marca elétrica e global, tem a capacidade de engenharia para competir com os gigantes do setor de hipercarros.

Com sua aerodinâmica de outro mundo (0,181 Cd) e a aceleração de 1,9 segundos, o EXE181 honra o legado de velocidade do “Roaring Raindrop” original, posicionando a marca em uma conversa que ela não fazia parte há décadas.

No entanto, o carro provavelmente ficará no campo da fantasia. Sua natureza monoplace e o foco extremo em recorde de velocidade o tornam inviável para produção em massa.

Sua maior contribuição será atuar como um carro-halo, inspirando design e tecnologia em futuros modelos elétricos da MG mais acessíveis e práticos, injetando uma dose de emoção e herança esportiva em uma marca focada em valor.

Foto de Danniel Bittencourt

Danniel Bittencourt

Criador de conteúdo automotivo e entusiasta de carros, compartilhando experiências e novidades do setor.

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