Karmann Ghia Typ 14 Cabriolet 1958: A Joia Rara de Campos do Jordão
Explore o charme do Volkswagen Karmann Ghia Typ 14 Cabriolet de 1958, um dos conversíveis mais raros da história automotiva, hoje em exibição no Museu CARDE, em Campos do Jordão. Conheça sua origem, especificações e o legado que une o design italiano da Ghia à precisão alemã da Volkswagen e Karmann.

Onde a Arte Encontra o Asfalto
No coração da Serra da Mantiqueira, entre o verde das araucárias e o clima elegante de Campos do Jordão, repousa o Museu CARDE (Carros, Arte, Design e Educação) — um espaço que celebra a história e o design automotivo.
Entre mais de 500 carros históricos, um se destaca por sua presença quase escultural: o Volkswagen Karmann Ghia Typ 14 Cabriolet de 1958.
Mais do que um automóvel, ele é o resultado de uma união rara entre engenharia alemã e arte italiana, representando o auge da sofisticação acessível da Volkswagen.
Este exemplar é ainda mais especial por ser o primeiro ano da versão conversível, tornando-se uma das peças mais cobiçadas pelos colecionadores e um verdadeiro ícone da elegância automobilística dos anos 50.
O Nascimento de uma Lenda: A Parceria Entre Três Gigantes
O Karmann Ghia nasceu de uma colaboração histórica entre três nomes lendários:
Volkswagen, que buscava um modelo mais sofisticado que o Fusca;
Carrozzeria Ghia, o estúdio de design italiano liderado por Luigi Segre, que criou um protótipo de linhas suaves e elegantes sobre a base do Beetle;
e Karmann, o fabricante alemão responsável por transformar o projeto em realidade.
O resultado foi apresentado em 1955 na versão cupê e, em 1958, o tão aguardado Cabriolet fez sua estreia mundial.
Construído artesanalmente, o carro combinava a mecânica confiável do Fusca com um design digno dos melhores gran turismos da época.
Com motor 1.2 boxer de 36 cv, tração traseira e câmbio manual de 4 marchas, o Karmann Ghia alcançava 120 km/h, oferecendo uma condução serena e refinada — um verdadeiro luxo acessível da década de 50.
Mais longo e baixo que o Fusca, o conversível apresentava melhor estabilidade e comportamento aerodinâmico, mantendo o charme e a robustez típicos da Volkswagen.
A Elegância em Cada Detalhe: Design, Mecânica e Construção Manual
O ano de 1958 marcou uma virada importante: além da estreia do conversível, o modelo recebeu aprimoramentos que o tornaram único.
Os entusiastas chamam essa fase de “Lowlight”, pela posição rebaixada dos faróis, um traço que hoje é sinônimo de raridade.
Entre as novidades, destacavam-se:
Painel redesenhado, com o primeiro medidor de combustível circular;
Novo volante côncavo com aro de buzina semicircular;
Painéis internos em vinil e apoio de braço no lado do motorista;
Freios mais largos e embreagem mais leve, oferecendo conforto e segurança aprimorados.
Mas o que realmente tornava o Karmann Ghia especial era seu processo de fabricação.
Cada unidade era moldada à mão, com junções soldadas e acabamento em solda inglesa de estanho — técnica de alto padrão que exigia precisão artesanal.
Entre as camadas de tinta, aplicava-se lixamento úmido manual, o que resultava em um brilho profundo e uniforme.
Esse cuidado elevava o custo do modelo em cerca de US$ 900 a mais que o Fusca, um valor plenamente justificado pela perfeição visual e pelo toque artístico da carroceria.
O Karmann Ghia no Museu CARDE: Um Ícone Vivo da História Automotiva
Hoje, esse exemplar de 1958 encontra-se em exposição no Museu CARDE, um dos espaços automotivos mais impressionantes do Brasil.
Inaugurado em novembro de 2024, o museu reúne mais de 500 automóveis, sendo cerca de 100 exibidos em rotação, entre eles clássicos nacionais como Opala, Romi-Isetta e FNM 2000 JK.
📍 Endereço: Rua Benedito Olímpio Miranda, 280 — Alto da Boa Vista, Campos do Jordão
🕒 Horário: Quinta a segunda, das 10h às 18h (fechado às terças e quartas)
Com 6.000 m² de área construída e 200 mil m² de floresta preservada ao redor, o CARDE é mais do que um museu — é um destino para quem ama cultura, design e história.
Ver de perto o Karmann Ghia Typ 14 Cabriolet de 1958 é testemunhar o encontro perfeito entre arte e mecânica, Itália e Alemanha, passado e presente.
Mais do que um carro, ele é um lembrete de uma era em que cada curva, cada solda e cada detalhe eram pensados para emocionar.
E, para os apaixonados por clássicos, essa joia de Campos do Jordão é simplesmente imperdível.
Ergonomia, acabamento e usabilidade
Os bancos elétricos permitem ajustes finos, essenciais dado o rebaixamento do carro: altura, posição, visibilidade. Isso ajuda motorista a se sentir bem mesmo com visual baixo e capô longo. Estofado estilo Ferrari dá toque de luxo, visual refinado.
O painel digital Dakota oferece informações modernas de forma clara. A tela de 10 polegadas funciona para multimídia, navegação, provavelmente versa sobre câmera ou sensores se adaptados. Isso facilita uso diário.
Volante personalizado em couro, interior costurado à mão, combinações de materiais de madeira, couro, fibra de carbono demonstram diversidade de texturas. Esse mix torna o interior atraente visualmente e rico em sensações táteis.
Mas há trade-off: isolamento acústico pode ser menor em carros deste tipo, vibração do motor potente pode invadir cabine; acabamento artesanal exige cuidados, pode envelhecer se usado sob condições duras.

Danniel Bittencourt
Criador de conteúdo automotivo e entusiasta de carros, compartilhando experiências e novidades do setor.