GWM WEY 07 roda 128 km no elétrico e acelera como esportivo
O SUV chinês chega com equipamentos de primeiro mundo e preço competitivo. Descubra ficha técnica detalhada, pontos negativos escondidos e comparação real com 4 concorrentes.
O mercado brasileiro de SUVs premium acaba de ganhar um novo player que promete bagunçar a ordem estabelecida. O GWM WEY 07 desembarca por R$ 429 mil trazendo números que fazem marcas alemãs olharem de lado.
São 517 cavalos de potência em um híbrido plug-in de seis lugares que roda 128 km no modo 100% elétrico. Parece bom demais para ser verdade, mas os chineses estão levando a sério essa investida no segmento de luxo.
A pergunta que fica é simples. Um SUV chinês consegue realmente competir com Audi Q5, BMW X3 e Mercedes GLC? Ou estamos diante de mais uma promessa que não se sustenta no dia a dia?
Vamos destrinchar cada detalhe desse WEY 07 para você descobrir se vale a pena considerar essa opção. Spoiler: tem surpresas positivas e negativas que você precisa conhecer antes de qualquer decisão.
Design externo que mistura ousadia com elegância discreta
O WEY 07 não tenta esconder suas dimensões generosas. Com 5,15 metros de comprimento, ele é maior que praticamente todos os SUVs médios premium do mercado.
A dianteira impressiona pela grade cromada vertical que parece uma cascata congelada. Os faróis full LED matriciais se estendem para as laterais criando uma assinatura visual marcante, especialmente à noite.
Repare no sensor LiDAR discretamente integrado ao teto. Esse pequeno detalhe entrega que estamos falando de tecnologia de direção autônoma de nível 2+, algo que poucos SUVs nessa faixa de preço oferecem.
As maçanetas retráteis dão aquele toque moderno que virou tendência nos elétricos premium. Quando você se aproxima com a chave, elas surgem automaticamente da carroceria.
As rodas de 20 ou 21 polegadas preenchem bem os para-lamas. O design de múltiplos raios tem aquele ar sofisticado sem exagerar no visual esportivo.
Ponto positivo: O design consegue transmitir presença e luxo sem parecer exagerado ou cafona. Funciona tanto para uso executivo quanto familiar.
Ponto negativo: Com quase 2 metros de largura e raio de giro de 5,7 metros, estacionar em vagas apertadas vai virar um desafio constante no dia a dia urbano.
Linhas que fluem do capô até a traseira com propósito
O perfil lateral segue o que a marca chama de filosofia “Mountain and Flowing Water”. Na prática, significa linhas que descem suavemente do capô até a traseira criando dinamismo visual.
O teto flutuante é aquele recurso que todo SUV moderno precisa ter. A coluna C pintada de preto contrasta com a carroceria dando impressão de que o teto está suspenso no ar.
Repare nos acabamentos cromados nas laterais das portas. Tem gente que ama, tem gente que odeia. Mas admita que adiciona uma camada extra de sofisticação ao conjunto.
A linha de cintura alta e os vidros mais estreitos passam aquela sensação de solidez. Você olha e pensa: esse carro parece robusto e bem construído.
Na traseira, as lanternas full LED horizontais se esticam por toda a largura. À noite, a assinatura luminosa é inconfundível e moderna.
Ponto positivo: O design externo envelheceu bem antes mesmo de chegar ao mercado. Não parece datado nem excessivamente futurista.
Ponto negativo: O peso de 2.765 kg certamente afeta a agilidade. Esse SUV desliza mais do que dança nas curvas.
Interior que rivaliza com alemães no acabamento premium
Entre no WEY 07 e a primeira coisa que chama atenção é o couro Nappa revestindo praticamente tudo. Não é aquele couro sintético vagabundo, é o material de verdade.
Os bancos dianteiros têm 12 ajustes elétricos em todas as direções. Massagem com 8 pontos programáveis, aquecimento, ventilação e até memória de posição para dois motoristas.
Mas o diferencial mesmo está no banco do passageiro. A função Zero Gravity reclina o encosto até 130 graus transformando o assento em uma poltrona de primeira classe. Parece exagero até você experimentar em um engarrafamento de 2 horas.
A segunda fileira é onde a mágica acontece de verdade. São poltronas de capitão individuais separadas por um console central de 276 mm. Cada uma tem 10 ajustes elétricos, massagem, aquecimento e apoios de perna retráteis.
Tem até mesa retrátil para você trabalhar ou fazer uma refeição tranquila. As persianas elétricas nas janelas garantem privacidade total. É praticamente um escritório móvel de luxo.
Ponto positivo: A configuração 2+2+2 com poltronas executivas na segunda fileira é coisa de SUV de R$ 600 mil para cima. Aqui vem de série por R$ 429 mil.
Ponto negativo: Com apenas 6 lugares, você perde aquela versatilidade do banco corrido para 7 pessoas. Famílias maiores vão sentir falta.
Tecnologia que transforma o interior em uma central de comando
O painel digital de 12,3 polegadas é customizável e mostra todas as informações que você precisa sem poluir visualmente. A tela central multimídia de 14,6 polegadas responde rápido e não trava.
O sistema Coffee OS 3.2 surpreende pela fluidez. Não é aquele software meia-boca de marca chinesa que você está imaginando. Funciona com Apple CarPlay e Android Auto sem fio.
O head-up display de 25 polegadas projeta as informações essenciais direto no para-brisa. Velocidade, navegação e alertas de segurança aparecem na sua linha de visão sem você precisar desviar o olhar.
A tela de 15,6 polegadas no teto para os passageiros traseiros tem resolução quase 4K. As crianças podem assistir desenhos enquanto os adultos trabalham na frente em paz.
O sistema de som com 16 alto-falantes e 1.670W entrega aquela experiência imersiva. Não chega ao nível de um Bang & Olufsen, mas está anos-luz à frente de sistemas básicos.
Ponto positivo: O nível de tecnologia embarcada supera muitos SUVs alemães que custam R$ 100 mil a mais.
Ponto negativo: O porta-malas de apenas 239 litros com todos os bancos levantados é ridiculamente pequeno. Mal cabe a compra do mercado.
Potência brutal de 517 cv que desafia a física de um SUV
Vamos falar do elefante na sala. Como diabos um SUV híbrido com motor 1.5 turbo consegue entregar 517 cavalos de potência?
A resposta está no sistema Hi4 da GWM. Um motor a combustão de 150 cv trabalha em conjunto com dois motores elétricos independentes. O da frente entrega 177 cv e o traseiro manda 300 cv.
A soma não é matemática pura, mas o resultado final são impressionantes 517 cv e 83,6 kgfm de torque. Isso coloca o WEY 07 acima de praticamente qualquer concorrente não-AMG ou M.
A aceleração de 0 a 100 km/h em 4,9 segundos é absurda para um SUV de quase 3 toneladas. É mais rápido que muito esportivo compacto por aí.
A transmissão DHT de 4 marchas foi desenvolvida especificamente para sistemas híbridos. Ela escolhe inteligentemente quando usar o motor elétrico, o a combustão ou os dois juntos.
A bateria de 42,5 kWh garante 128 km de autonomia elétrica no ciclo Inmetro. Na prática real, espere algo entre 100 e 110 km dependendo do seu estilo de dirigir.
O consumo com bateria carregada é ridiculamente baixo. Você pode fazer o trajeto casa-trabalho durante semanas sem gastar uma gota de gasolina.
Mas quando a bateria acaba, a realidade aparece. O consumo sobe para 6,8 L/100km na rodovia. Para um motor 1.5L puxando 2.765 kg, até que não é absurdo.
| Especificação | Detalhes |
|---|---|
| Motor a combustão | 1.5L turbo 4 cilindros - 150 cv |
| Motor elétrico dianteiro | 177 cv |
| Motor elétrico traseiro | 300 cv |
| Potência combinada | 517 cv (386 kW) |
| Torque combinado | 83,6 kgfm |
| Aceleração 0-100 km/h | 4,9 segundos |
| Velocidade máxima | 200 km/h |
| Transmissão | DHT 4 marchas (híbrida) |
| Tração | Integral AWD inteligente |
| Bateria | 42,5 kWh (lítio NMC) |
| Autonomia elétrica (Inmetro) | 128 km |
| Autonomia total | ~1.000 km |
| Consumo (bateria carregada) | 0,7 L/100km |
| Consumo (modo híbrido) | 6,8 L/100km |
| Carga rápida DC | 25 min (30% a 80%) - 60 kW |
| Carga lenta AC | 6,5 horas (15% a 100%) - 6,6 kW |
| Comprimento | 5.156 mm |
| Largura | 1.980 mm |
| Altura | 1.805 mm |
| Entre-eixos | 3.050 mm |
| Peso | 2.765 kg |
| Lugares | 6 (configuração 2+2+2) |
| Porta-malas | 239L / 1.040L (rebatido) |
| Rodas | 20 ou 21 polegadas |
| Preço | R$ 429.000 |
| Garantia | 5 anos (veículo) / 8 anos ou 200.000 km (híbrido) |
Quem entrega mais?
WEY 07 vs BYD Tang: Qual híbrido chinês vale mais a pena?
O BYD Tang oferece 7 lugares contra 6 do WEY 07 e custa cerca de R$ 30 mil a menos. Porém, o WEY 07 entrega 12 cv a mais (517 vs 505), interior significativamente mais luxuoso com couro Nappa, função Zero Gravity e massagem superior. O sistema ADAS do WEY com 22 sensores também é mais avançado. Se você precisa de 7 lugares e preço menor, vá de Tang. Se busca luxo e tecnologia de ponta, o WEY 07 justifica a diferença.
WEY 07 vs Audi Q5: Chinês consegue bater alemão em prestígio?
O Audi Q5 tem o prestígio de décadas e valor de revenda comprovado. Mas o WEY 07 entrega muito mais pelo dinheiro. São 150 cv a mais (517 vs 367 da versão topo Q5), terceira fileira de série (Q5 só tem 5 lugares), autonomia elétrica superior (128 km vs 90-100 km) e equipamentos como massagem, zero gravity e thermal box que nem com pacotes opcionais você consegue no Q5. O alemão vence em dirigibilidade esportiva e status. O chinês massacra em equipamento e espaço.
WEY 07 vs BMW X3: Performance ou luxo pelo preço?
O BMW X3 é a referência em dinâmica de condução e entrega prazer ao volante inigualável. Mas custa no mínimo R$ 450 mil, tem apenas 5 lugares contra 6 do WEY, e mesmo o X3 PHEV fica para trás em potência (398 vs 517 cv) e autonomia elétrica (88 vs 128 km). Se você valoriza a “máquina de dirigir” e o prestígio do logotipo azul e branco, pague mais pelo X3. Se quer espaço, equipamento e potência brutal por menos, o WEY 07 entrega.
WEY 07 vs Toyota SW4 Diamond: Luxo urbano ou robustez comprovada?
O Toyota SW4 Diamond tem confiabilidade lendária, valor de revenda absurdo e capacidade off-road real com chassi body-on-frame. O WEY 07 simplesmente destroça em potência com 2,5x mais cavalos (517 vs 204 cv), acelera de 0-100 km/h em menos da metade do tempo (4,9s vs 10s) e oferece tecnologia de outro planeta. O SW4 é para quem roda em terra, lama e precisa de durabilidade comprovada. O WEY 07 é para quem quer luxo, tecnologia e performance urbana.
WEY 07 vs Jeep Commander Overland: Preço acessível ou tecnologia avançada?
O Jeep Commander Overland custa cerca de R$ 380-420 mil e oferece 7 lugares. Mas para por aí. O WEY 07 tem quase o dobro de potência (517 vs 272 cv), é híbrido plug-in de verdade (Commander só tem híbrido leve), traz tecnologia ADAS nível 2+ com 22 sensores, interior incomparavelmente mais luxuoso e equipamentos que o Jeep nem sonha (massagem 8 pontos, zero gravity, thermal box). O Commander é para quem prioriza preço e 7 lugares. O WEY 07 é para quem quer SUV premium de verdade.
Pontos Fracos do WEY 07
- Marca desconhecida no segmento premium: A WEY é submarca nova competindo contra Audi, BMW e Mercedes com décadas de tradição. Isso gera desconfiança inicial e pode afetar a percepção de valor e status social.
- Valor de revenda totalmente incerto: Como marca chinesa nova no Brasil, ninguém sabe quanto o WEY 07 vai valer daqui 3 ou 5 anos. Marcas alemãs e japonesas mantêm muito melhor o valor no mercado de seminovos.
- Porta-malas ridiculamente pequeno: Com apenas 239 litros e todos os bancos levantados, você mal consegue colocar as compras do mercado. Rivais como Q5 (520L), X3 (570L) e GLC (620L) massacram nesse quesito.
- Rede de concessionárias limitada: A GWM está expandindo no Brasil, mas a rede ainda é pequena comparada às marcas estabelecidas. Isso pode dificultar manutenção e atendimento em algumas regiões.
- Peso de quase 3 toneladas: Os 2.765 kg afetam dirigibilidade, aumentam desgaste de pneus e freios, e fazem o consumo disparar quando a bateria está descarregada (6,8 L/100km na estrada).
O Que Tiramos Dessa Análise
O GWM WEY 07 é aquele tipo de produto que divide opiniões de forma brutal. Ou você entende o que está comprando e fica impressionado, ou simplesmente não consegue superar o preconceito com marcas chinesas.
Vamos ser diretos. Por R$ 429 mil, você leva para casa um SUV de 6 lugares com 517 cavalos, 128 km de autonomia elétrica, interior em couro Nappa com massagem e zero gravity, tecnologia ADAS nível 2+ e equipamentos que rivais cobram R$ 100 mil a mais para entregar.
Mas você precisa aceitar que está comprando uma marca sem tradição no segmento premium. O valor de revenda é incerto, a rede de concessionárias ainda está crescendo e você não vai ter o mesmo status social de quem dirige um BMW ou Audi.
Se você é do time que valoriza equipamento, tecnologia e performance acima de logotipo, o WEY 07 faz sentido total. É honestamente um dos melhores custo-benefícios do segmento premium brasileiro.
Agora, se prestígio de marca, valor de revenda comprovado e dirigibilidade esportiva refinada são prioridades, talvez seja melhor olhar para os alemães e aceitar pagar mais caro por menos equipamento.
O mercado vai decidir se o Brasil está pronto para aceitar luxo chinês. Mas uma coisa é inegável: a GWM fez o dever de casa e entregou um produto tecnicamente competente que merece ser avaliado pelos próprios méritos, sem preconceitos.
Danniel Bittencourt
Criador de conteúdo automotivo e entusiasta de carros, compartilhando experiências e novidades do setor.
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